Caminho Aveiro - Fátima 2014

Como já disse aqui, não há caminhos iguais! Este, naturalmente, não fugiu à regra!
Fomos 26 pessoas, sem contar com os telemóveis.
A contar com os telemóveis, fomos para aí uns 106, 26 a pé e 80 de telemóvel.

Antes desta odisseia e com tal adesão de subscritores, consultei um especialista pedestre fatiano, mestre Julim, porque eramos muitos e bla…bla…bla… E quem me conhece sabe que não aprecio caminhar com muitas pessoas. Birras!
Mal obtive o parecer fatiano do mestre Julim, igual ao que pensava, ficou logo decidido.
Vai tudo pa Fátima e alguma coisa há-de dar Deus.
Se fosse uma excursão às grutas de Mira d’Aire ainda se poderia dizer: - Eh páááá! Tenho muita pena mas a camineta tá cheia.
Agora, dizer “não” a uma pessoa que quer ir a Fátima, e a pé, é difícil dizer que não há lugar.

No regresso, já em casa, porque é no regresso que um gajo, com um copo na mão a olhar o céu, ou a olhar para dentro, (do copo) vê mais qualquer coisita, e vi que:
Tinha o copo vazio! Depois vi que:
“Passei pelo caminho e o caminho não passou por mim”.
Faltou alma, serenidade e aconchego! Cheguei sempre muito cedo ao final de cada etapa. E eu gosto de chegar sempre depois da hora! É sinal que o dia foi graaaannnnnnnde.

Embora tivesse tido momentos fantásticos, esses sim, passaram em mim e ficaram em mim.
Momentos do eu comigo e momentos partilhados. Momentos tão fortes, tão intensos, tão bons, mesmo tão bons, que ficam em mim para a vida.



Mas o importante não é o eu.
O importante é o outro. Importantes são os outros para quem devemos estar disponíveis a dar:  a mão, ou pensos compeed, ou uma mini, ou um voltaren, ou um martini, ou uma conversa de silêncios, ou caminhar ao lado…

O importante é que o dar e o receber foram situações emergentes no caminho de Fátima, na partilha, na solidariedade e na vivência da fé. O importante é que no caminho de todos, cada um, no seu caminho, acreditou em si e no que realmente o pôs ali.

O importante é o Vitor da Carapinheira, os Bombeiros de Cantanhede, o Nortenho das Bifanas, o Armando, os Bombeiros de Soure, o António de Soure, o Mendes de Colmeias, a Isabel do Chaparrico… e outros, anónimos, com que nos cruzamos e nos acolheram.

Fátima é sempre um mistério (para mim) de interpelação e vida.

E de que vale a pena caminhar. 
E de que vale a pena acreditar!

1 comentário:

Unknown disse...

"O importante é que no caminho de todos, cada um, no seu caminho, acreditou em si e no que realmente o pôs ali."

Está tudo dito, no Caminho de Fátima e no Caminho da Vida.

:)