O Papa Francisco e eu

Entendo a religião como um caminho espiritual, que aderi, que colabora comigo, e me ajuda a estar atento aos outros e aos caminhos dos outros.
Tanto em trilhos de terra batida com altos e baixos, como em auto estradas planinhas, tenho sempre companhia. Penso que também Lhe agrada a minha companhia. 

Às vezes distraio-me e descarrilo, saio dos trilhos, ou perco-me nas portagens, mas Ele tem esperado. Eu, felizmente, mesmo meio torcido e empenado, lá O consigo ver, sentado, à minha espera...
É uma vergonha! Lá chego eu, rabinho entre as pernas, cabeça baixa a pensar:
 - Lá vem sermão e missa cantada…
Mas não! Impera o silêncio, o afeto e o caminho. E sigo-O!

Depois a minha religião não me obriga, não me penaliza, não me cobra, não me chateia e dá-me o que tanto gosto, a liberdade de ser eu a tentar SER mais, com um guia espiritual fantástico, presente e gratuito. 

Nesta liberdade espiritual e pessoal sempre defendi nas minhas ações paroquianas, em Esgueira, Aveiro, em debates por vezes calorosos e animados, que todos devem ter acesso à fé, ou mesmo à experiência da fé, quer pela frequência das atividades pastorais, quer pelo serviço, quer pelos sacramentos, quer pela comunhão…

Todos devem, na minha opinião, ter acesso, sem condicionantes canónicas e independentemente do estado de cada um: - se é casado ou, - divorciado ou, - vive com um gajo ou, - vive maritalmente ou, -não é batizado ou, - é muito batizado ou, - não tem o crisma todo ou, - tem crismas a mais ou, - é mãe solteira ou, - é pai solteiro ou, isto ou aquilo…
ao acolhimento da sua vontade em busca de algo que lhe facilite o caminho e a vontade de viver!

Um exemplo recente:
Há pouco tempo numa eucaristia fui comungar, comungo sempre, quero tudo a que tenho direito e incentivei quem estava ao meu lado para o fazer. Não o fez porque segundo a sua situação e o direito canónico não o pode fazer.Uma entre tantas pessoas que, no simbolismo daquele momento, estão "impedidas" de sentir o prazer interior de estar em comunhão com Ele e com os outros.
Birras canónicas! Eu tinha comungado!




Toda a PESSOA deve sentir o acolhimento de uma igreja que se quer fraterna, a imagem de Crsito e em que todos têm lugar ativo.

Felizmente que o Papa Francisco é da minha opinião!
Fico contente por saber agora que há 13 anos atrás já estava muito à frente.
Obrigado Francisco!

“Quem se aproxima da igreja deve encontrar portas abertas e não fiscais da fé.”
Papa Francisco I

1 comentário:

Pedro Gonçalves disse...

Desculpa a minha ignorância! Mas o misericordioso Papa Francisco veio a Águeda! Lol! Estava a brincar! Grande texto... grande sentimento e partilho a ideia.